quinta-feira, outubro 29, 2015

carta ao barman

eu não sei se o tempo chegou realmente a parar
se ele passou rápido demais
ou se eu tenho uma péssima memória

talvez eu tenha uma péssima memória
por causa dos seus olhos
que não me deixam prestar atenção
em nada a não ser no abismo que me encara

uma jaqueta anos 90
um beijo acidental
cócegas

nada

um beijo sobre o balcão do bar
e o meu barman preferido
um abraço

nada

te olho de perto
tão longe
tão longe


da eternidade necessária pra me conhecer
eu te daria todas
as noites