quarta-feira, abril 21, 2010

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Eu não sinto mais nada. Talvez apenas o gosto amargo da derrota nos meus lábios. Sim. Eu desisto. Eu me rendo. Eu me entrego. Tão vasto quanto o que eu sentia. Sentia? Não, infelizmente, ainda sinto. Mas estou certa de que não tanto quanto antes. Acho que adormeceu. Não, não seria essa a palavra. Seria ‘camuflou-se’. Escondeu-se entre o medo e o azedume. Está lá. Imóvel. Incapaz de se mecher um milímetro sequer. Não, ele não faria isso. Não me causaria mais nem um milésimo de dor. Não suportaria ver a expressão que toma meu rosto todos os dias. Ele não ousaria me ferir novamente.

segunda-feira, abril 12, 2010

Read my mind

Ele está aqui, me olhando daquela mesma maneira que fez, quando nos vimos pela primeira vez. Ah, eu me lembro... Eu fui preguiçosa com isso e talvez, se não tivesse sido, não estaríamos do jeito que estamos hoje. Eu não sei exatamente o que estou fazendo, mas é como um pesadelo. Aqueles que você corre, corre e corre, para no final, perceber que está no mesmo lugar, muito longe do seu objetivo e da sua paz. Não, no momento o meu objetivo e a minha paz estão bem aqui, na minha frente. E ao invés de “abraça-los”, eu estou pensando em como poderia ter sido. Não. Eu realmente não espero que você me perdoe. Pelo menos não agora. Não com tudo isso entrando na sua cabeça como se quisesse te fazer mostrar o quão idiota eu sou. Eu sei que está. Eu sei bem como é sentir-se assim. Enganado. Um nada. Verdadeiramente. Mas por favor. Eu só quero que me escute. Não precisa me entender, é difícil, eu sei. Não vou dizer que nunca menti para você. Mas nunca menti com relação ao que eu sentia por você. Você sabe como eu sou. Ao contrário de você, eu sou cauteloso, até demais. E meço ações, palavras. E isso me atrapalha quase sempre. Eu não me permito. Eu quero sempre está um passo a frente do futuro, sendo assim, eu deixo de viver o meu presente. O meu momento. E às vezes, eu até confundo o que eu sou agora com o que eu serei no minuto seguinte. Agora, eu só posso dizer que sou um cara desesperado por abrigo. Respostas. Chão. Eu me sinto perdido e queria saber exatamente o que falar para você. Mas como de praxe, as palavras me fogem e minhas mãos negam a minha cabeça. Sim, elas tremem e suam e demonstram qualquer e todo sintoma de nervosismo e desespero. Se me pedisse para eu me descrever, eu diria, sem a menor emoção: insípido. Sim. Sem cor, gosto ou cheiro. Como se tudo o que me trouxesse paz, tivesse sido arrancado de mim. Mas não foi. Fui EU quem provocou isso. EU quis medir demais as consequencias e no final, eu não consegui enxergar o que estava estampado no meu rosto, como se fosse um outdoor, gritando, implorando, suplicando para que eu lesse. Mas eu me fiz de superior e ignorei. Ignorei a única coisa que poderia me fazer ver, que eu estava errado com relação a tudo que eu já havia previsto. Que eu não sou Deus. Eu NÃO posso prever as consequencias certas dos meus atos. Mais uma vez, eu tenho dito besteiras, enrolado e enrolado, para no final, não alcançar meu objetivo. E qual seria? Você. Eu estou te imaginando lendo isso e ao contrário do que seria a imagem perfeita, você não sorri, nem chora, nem ri. Você está assim. Incapaz de sentir qualquer coisa por mim. Na verdade, sente nojo de tudo isso que estou te dizendo. Porque não. Você não vai deixar eu te machucar outra vez. E meu desespero aumenta ainda mais, porque eu já utilizei de todos os recursos possíveis para conseguir te trazer de volta. Então eu balanço a cabeça para afastar a imagem do meu “sofrimento” e penso que sim, você é bom o bastante para me perdoar. Você vai se colocar no meu lugar. Aliás, você já esteve nele tantas vezes. Você vai pensar, repensar, vai lembrar de tudo o que já vivemos e agora, exatamente agora, o seu peito vai começar a apertar e você vai lutar contra aquelas lágrimas que estão quase rolando. Não. Você não quer chorar. Mas você sabe que estou certo. Você sabe que nada do que eu estou falando é mentira. E você vai tentar se manter forte. Mas eu sei, por dentro você está como eu. Está sentindo falta daquele pedaço tão essencial para a sua calma. E relutantemente, você vai dizer bem baixinho, em um sussurro imperceptível “eu sei”. E aí, eu vou me iluminar somente por saber que você também sofre com isso. A dor que eu causo em você, é a mesma que causo em mim mesmo. Não vou comparar. Dor não se mede. Não se compara. Dor se sente. Cada um sabe a dor que tem. Mas, amor, a gente é mais do que dois. Nós somos quase um. E a sua dor, é a minha dor. E eu abro mão de qualquer coisa, para poder arrancá-la de você da forma mais sutil possível. Meus artifícios acabaram. Minhas idéias já são as mesmas. Eu entrei, novamente, em desespero. O que será que eu faço, agora? Espero. Eu já esperei tanto tempo por você. E você já esperou tanto tempo por mim. Seria justo, amor, nos darmos uma nova chance, mais uma vez. Você errou. Eu errei. Agora está na hora de nenhum dos dois errar. Não. Não é um pedido de desculpas. É uma súplica.

quinta-feira, abril 08, 2010

After You

Qualquer lugar onde eu não consiga ver o sol nascer. Escuridão. É só isso que você consegue enxergar, e se sair tateando, não vai encontrar muita coisa além de paredes gélidas e uma pequena mesa com uma caixinha igualmente pequena em cima. Quem vive lá? Bom, é um lugar onde ninguém sabe chegar. Está lá e ao mesmo tempo, aqui. Só se consegue ir lá, quando se fecha no fundo de si mesmo. De certo, você tocará sua pele naquelas paredes intactas, introvertendo-se cada vez mais. E então, você se depara com aquela caixinha. Pequena e frágil. Isso o conforta, é a única coisa naquele ambiente insípido que é mais frágil do que você. Não seria iníquo deixá-la ali, naquele quarto infortuno? Quarto? Você nem sabe ao certo onde é, muito menos o que é. Bom, vcoê se vê segurando aquele objeto inócuo e único. Ele te passa segurança e "implora" para ser desvendado. Então você abre, e ao contrário da inolvidável Caixa de Pandora, não há nada de mau lá dentro. Somente um telefone, no qual o número DELE está gravado. Você liga. Ele atende. Você suplica, implora para que ele te resgate daquela solidão, daquele abismo infame. E você acredita e espera que ele o faça.

quarta-feira, abril 07, 2010

You're my star (L)

Eu repassei isso mentalmente dezenas de vezes, para que quando eu chegasse e me sentasse, não esquecesse de nada, nenhum detalhe. Adiantou? Não mesmo. Eu cheguei, me sentei e como eu previa, eu me esqueci de tudo o que eu tinha planejado, escrito, lido, relido.. Parece pouco, dar apenas 'rabiscos' à uma pessoa que merece muito mais do que você tem capacidade de dar. Sim. É pouco. Eu fico buscando alguma forma de recompensar por tudo o que você já fez para mim. Consigo? Para variar, não. Amigo, amante, caso, rolo.. rs. Qualquer coisa do gênero. Qualquer coisa que comprove o quanto você está perto de mim. Sei que eu não demonstro e que às vezes eu me distancio e faço besteiras.. E se você me perguntar ''por quê?'' eu não saberia te responder. Realmente, não sei. Estou enfadado de saber que não gosto de me distanciar de você. Chega a ficar repetitivo tudo o que eu lhe digo. Mas eu não encontro nada que possa falar por mim. Então, amor, eu tento sempre lhe dar o melhor. E sei que o que estou te dando agora, não é isso. Está longe. Bem longe de ser o melhor. Mas eu sei que sabe que eu me esforço. E se não sabe, pois que saiba agora. Eu me esforço e procuro sempre lhe dar mais do que merece. Se bem, que não existe algo que você não mereça. Se eu conseguisse guardar todo o meu amor em um recipiente e te enviasse, ainda sim, seria pouco. Eu gostaria de poder te tomar nos braços e te proteger do mundo. Te dizer o quão você é lindo e importante para mim. Te mostrar que você é o meu bebê, e que eu faço de tudo para que você se sinta da melhor maneira possível quando está do meu lado. Eu te pediria em casamento, agora, mas acho que eu já fiz isso inúmeras vezes.