Qualquer lugar onde eu não consiga ver o sol nascer. Escuridão. É só isso que você consegue enxergar, e se sair tateando, não vai encontrar muita coisa além de paredes gélidas e uma pequena mesa com uma caixinha igualmente pequena em cima. Quem vive lá? Bom, é um lugar onde ninguém sabe chegar. Está lá e ao mesmo tempo, aqui. Só se consegue ir lá, quando se fecha no fundo de si mesmo. De certo, você tocará sua pele naquelas paredes intactas, introvertendo-se cada vez mais. E então, você se depara com aquela caixinha. Pequena e frágil. Isso o conforta, é a única coisa naquele ambiente insípido que é mais frágil do que você. Não seria iníquo deixá-la ali, naquele quarto infortuno? Quarto? Você nem sabe ao certo onde é, muito menos o que é. Bom, vcoê se vê segurando aquele objeto inócuo e único. Ele te passa segurança e "implora" para ser desvendado. Então você abre, e ao contrário da inolvidável Caixa de Pandora, não há nada de mau lá dentro. Somente um telefone, no qual o número DELE está gravado. Você liga. Ele atende. Você suplica, implora para que ele te resgate daquela solidão, daquele abismo infame. E você acredita e espera que ele o faça.
Nenhum comentário:
Postar um comentário