Eu não sinto mais nada. Talvez apenas o gosto amargo da derrota nos meus lábios. Sim. Eu desisto. Eu me rendo. Eu me entrego. Tão vasto quanto o que eu sentia. Sentia? Não, infelizmente, ainda sinto. Mas estou certa de que não tanto quanto antes. Acho que adormeceu. Não, não seria essa a palavra. Seria ‘camuflou-se’. Escondeu-se entre o medo e o azedume. Está lá. Imóvel. Incapaz de se mecher um milímetro sequer. Não, ele não faria isso. Não me causaria mais nem um milésimo de dor. Não suportaria ver a expressão que toma meu rosto todos os dias. Ele não ousaria me ferir novamente.
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